sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Copiado do blog "O vidro : A Alma da Marinha Grande" do senhor Alfredo Poeiras

Os equipamentos e as ferramentas para trabalhar o vidro

Quando temos uma peça de vidro nas nossas mãos, seja utilitária ou de decoração, na maioria dos casos não temos a noção dos equipamentos e ferramentas que são necessários para a sua execução.
Este trabalho será no fundamental para mostrar todo um conjunto de equipamentos e ferramentas necessárias para o fabrico de peças de vidro.
O vidro não existe na natureza, tal e qual o podemos admirar. É sim um conjunto de materiais fundidos a altas temperaturas, (mais ou menos 1450 graus). Esta fundição é geralmente feita em fornos, dos mais variados tipos e formas.
Os mais conhecidos são os fornos a tanque contínuos, os fornos com potes e as bacias.
Os fornos a tanque contínuos são os mais utilizados, tanto nas empresas que produzem embalagens de vidro, como vidro utilitário. Normalmente as empresas que utilizam estes tipos de fornos precisam de grandes quantidades de vidro fundido. O funcionamento destes fornos é simples: a composição química (mistura de várias matérias primas) é introduzida pela retaguarda do forno. Depois da fase de fundição, o vidro vai avançando no interior do forno até à zona de trabalho, pelo que nestes fornos é possível estar sempre a trabalhar.
Há fornos com as mais diversas capacidades. Actualmente o forno da empresa em que trabalho tem uma capacidade diária de 4 toneladas de vidro, mas há fornos para 100 toneladas diárias.

Nos fornos com potes ou bacias o processo é diferente. Em ambos os casos a composição química é introduzida pela boca do forno, que serve também de boca de colha ou trabalho. Depois de feita a fundição pode começar-se o trabalho.
O esquema é sempre o mesmo: o forno é cheio, faz-se a fundição, só depois se pode trabalhar. Estes dois géneros de fornos são geralmente pequenos, com capacidades que podem variar entre os 30 e os 500 quilos de vidro, também são utilizados para fazer os vidros de diversas cores.
A evolução, ao longo dos séculos, dos fornos para vidro foi muito lenta. Os Egípcios, por exemplo, foram os primeiros a usar o sistema de foles para aumentar a temperatura no interior dos fornos.
Os combustíveis utilizados ao longo dos tempos também foram sendo mudados. Durante muitos séculos a lenha foi o combustível de eleição.
Foi este foi o factor principal para a instalação, na Marinha Grande, da Real Fábrica de Vidros, assim como de todas as outras empresas vidreiras até aos anos sessenta, século XX.
Enquanto trabalhei na empresa Crisal, da Marinha Grande, entre 1966 e 1974, o forno principal da empresa funcionou sempre a lenha.
Outros combustíveis foram entretanto sendo utilizados: fuel óleo, nafta, gás propano, electricidade. Actualmente é utilizado o gás natural. Para aumentar a temperatura é utilizado ar ventilado e nalgumas empresas também oxigénio.
O pequeno forno que tenho para demonstrações é eléctrico. Atinge a temperatura máxima de 1300 graus e tem capacidade para 25 quilos de vidro.
No século I, a.C., deu-se uma das descobertas que mais revolucionou o fabrico de peças de vidro, a cana de vidreiro.
A partir dessa altura foi possível começar a soprar o vidro, o que possibilitou o fabrico de peças moldadas. Há vários tipos de canas, dependendo a sua utilização, do género de peças que se pretende fabricar.
A cana de colha, sopro ou do vidreiro, como se pode designar, é, no essencial, um tubo em ferro ou aço inox na versão mais actual. O seu comprimento pode variar entre o 1,30 m e o 1,80 m
A partir da altura em que se começou a poder utilizar a cana, começou a ser utilizada outra ferramenta fundamental no fabrico de peças feitas em série: o molde.
Os moldes tradicionais podem ser feitos a partir dos seguintes materiais: madeira, alumínio, aço e ferro fundido.
Os Stephens introduziram na sua época moldes de bronze.
Dentro das mais diversas formas, que os moldes proporcionam, quero destacar essencialmente dois:
- Os moldes de aço, que para quem trabalha no vidro, são conhecidos por moldes “parados”. Com eles podem ser moldados todo um grande conjunto de peças de vidro, das mais diversas formas e feitios: quadrados, redondos, com relevos, etc.
- Os moldes de madeira, talvez dos mais antigos, ainda hoje continuam a ser utilizados, por serem mais baratos e de mais fácil execução.
Todos os modelos novos que são idealizados, começam sempre por moldes de madeiras. São normalmente feitos em madeira de sobreiro ou plátano.
As peças de vidro feitas sem molde são as que requerem um maior número de ferramentas, das mais diversas formas e feitios. De seguida, apresento um conjunto de equipamentos e ferramentas, das mais utilizadas no vidro artesanal.
O último equipamento que apresento é dos mais importantes, no trabalho do vidro. Todas as peças em vidro, sejam elas produzidas industrial ou manualmente, têm de ser recozidas, para que o vidro possa libertar todas as tensões, o mais lentamente possível.
De seguida apresento uma escala com as temperaturas de recozimento mais utilizadas para o vidro comum. O recozimento é feito, geralmente em arcas de tapete contínuo ou muflas.

EVENTOS ÚLTIMOS EVENTOS NOS MUSEUS DE BRAGA


EXPOSIÇÃO “VITA VITRI – O VIDRO ANTIGO EM PORTUGAL”data:Apartir de 20/06/2009
local:Sala de Exposições Temporárias do Museu D. Diogo de Sousa
Exposição sobre o ciclo de vida do vidro romano em Portugal, organizada em quatro núcleos: desde o nascimento numa oficina romana até à morte e renascimento, por via da reciclagem, passando pela vida sob forma de objectos em vidro que integraram o quotidiano das populações.
Apresentam-se peças de grande valor arqueológico e estético, pouco conhecidas do público, uma vez que não estão expostas regularmente.
O Serviço Educativo do Museu assegura visitas-guiadas e outras actividades vocacionadas especialmente para Escolas e Famílias.


Comissário científico: Mário da Cruz
Organização:
Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa
Museu Nacional de Arqueologia
Participação especial:
Museu do Vidro da Marinha Grande
 
Uma Exposição onde o conhecimento acerca do fabrico artesanal de vidro em Bracara Augustaestá aliado à importante colecção de vidros do Museu Nacional de Arqueologia.
A recente investigação arqueológica em torno da cidade romana de “Bracara Augusta” (Braga) e o estudo do processo de produção artesanal do vidro deram um importante contributo para o conhecimento do tema do Vidro na Antiguidade.
Procurou-se lançar sobre o vidro um novo olhar, através do seu ciclo de vida, do nascimento à sua morte e renascimento, através da reciclagem, num processo continuado, desde a Antiguidade aos nossos dias.
Nascimento. O fabrico artesanal - As técnicas de fabrico de vidro na actualidade e na época romana, nomeadamente em Bracara Augusta. e as técnicas decorativas.
Vida. O uso quotidiano - Na despensa, na mesa, na medicina e na cosmética, no adorno pessoal, no jogo, na arquitectura.
Morte. A alteração e fim dos objectos de vidro - Os vidros chegam a acompanhar o homem na morte, preservando os alimentos, bebidas ou unguentos necessários a uma nova vida no além. Podem até servir de urnas para os seus restos mortais, após a cremação.A morte do vidro também pode ser ditada por agressões físicas e químicas do meio ambiente.
Renascimento. A reciclagem - Com a reciclagem fecha-se um ciclo de vida do vidro. Regressa-se ao ponto de partida, ao ventre quente do forno, onde o vidro se funde e se mistura e de onde sai para dar origem a uma nova vida, uma nova forma. É um movimento perpétuo de nascimento-vida-morte-renascimento, século após século, até chegar aos nossos dias, às nossas fábricas da Marinha Grande, às nossas casas.
 
Apoio:
“Jasmim” - Hand Made
AIVE - Associação dos Industriais do Vidro de Embalagem
CERV - Associação de Reciclagem dos Resíduos das Embalagens do Vidro
 
Financiamento:
QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional

... And This is Reality: Janeiro 2009

... And This is Reality: Janeiro 2009: "GLASSCOR - DESIGN NACIONAL CRISTALINO

Da Marinha Grande chegam-nos provas de empreendedorismo e criatividade assentes sobre técnicas tradicionais de produção de objectos em vidro.

Falamos da Glasscor, uma marca que desde 2002 tem brilhado além fronteiras com o mérito nas lindas peças de iluminação em vidro que desenvolve.

Em cima, podemos ver dois candeeiros da colecção 'Tear Drop', com forma inspirada numa gota de vidro em plena queda. A vítrea forma fluida e translúcida ganhou cor e movimento pela inclusão de pequenas pepitas de vidro colorido, que se espalharam por toda a superfície através do sopro preciso do mestre vidraceiro.

'Uma lágrima de luz, uma gota que se forma, cai e permanece'.
By LUCKY ME
Areas: design"

domingo, 30 de janeiro de 2011

História do vidro - copiado do blog de Joana Cristina



Acredita-se que o vidro começou a aparecer por volta dos 4000 a.C. a 2000 a.C. produzidos por os fenícios e egípcios.
O fabrico do vidro expandiu-se para a Síria e à Mesopotâmia.
Em 1500a.C. havia vidreiros profissionais no Egipto.
Em 300 a.C. os fenícios utilizaram a técnica de sopro.583Rota-do-Vidro_Bola-de-Fogo_.jpg
Foi os bárbaros que levaram a técnica do seu fabrico para a Europa.
Em 1904 iniciou-se a produção de vidro em lâminas ou placas, graças ao engenheiro belga Emile Foucault, no inicio do séc. XX é que se começou a fabricar o vidro em moldes.
O fabrico à escala industrial dos diferentes tipos de vidro aumentou no séc. XX, com ao avanço dos fornos eléctricos.
Em Portugal, foi induzida pelos Romanos. Os primeiros alvarás para fundar fábricas de vidro datam 1439.
Foi no reinado de D. João V que se deu uma grande valorização da indústria vidreira. A Fábrica Real de Coina, foi uma das primeiras fábrica de Portugal, mas foi transferida para a Marinha Grande, pois ficava próximo do Pinhal de Leiria.
A Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande desenvolveu-se a ponto de ser Portugal, a seguir à Inglaterra, o primeiro país a fabricar o cristal.


O que é o vidro?



É um líquido sobre arrefecido, resultante da fusão de materiais inorgânicos, que á temperatura ambiente é rígido, transparente.
Tem na sua composição:


composicao.jpg


O vidro tem a estrutura amorfa, não tem organização regular e repetitiva.

Características

  • Reciclavel
  • Transparência (permeável à luz)
  • Dureza
  • Não absorvência
  • Óptimo isolante elétrico
  • Baixa condutividade térmica
  • Recursos abundantes na natureza
  • Durabilidade
    propriedades_vidros.JPG


Tipos de vidro

a) Sódico- cálcio (vidro comum): os óxidos adicionados à sílica têm a função de baixar a temperatura de fusão, utilizado em janelas, garrafa, blocos de vidro
b) Borossilicato (pyrex): vidro com menos expansão térmica, utilizado em equipamentos laboratoriais
c) Cristal: utilizado em lentes e peças decorativas
d) Aluminossilicatos: utilizado em lâmpadas de halogéneo e lâmpadas de incandescência
e) Vitrocerâmica: formados por uma fase vítrea e outra cristalina
f) Vidros de chumbo: tem menores temperaturas de fusão e elevados índices de refracção.
IMG_1832.JPG
g) Fibras ópticas: filamentos finos e flexíveis, com diâmetro da ordem de alguns centésimos de milímetros, que podem conduzir a luz, utilizado muito na medicina.
images.jpegh) Vidro laminado: composto por camadas alternadas de vidro plano e de material polimérico.
i) Vidro à prova de bala: composto por uma única camada, ao estalar produz pequenos fragmentos não cortantes, utilizado em portas de segurança


Reciclagem



vidro03.jpg
A reciclagem reduz o impacto ambiental (areias removidas para fabrico), o esgotamento de matérias-primas, os custos de produção e a emissão de gases.
O vidro reciclado não perde qualidades, mas há vidro que não pode ser reciclado, como por exemplo: vidro utilizado em lâminas, janelas, cristal e vidro conjugados com polímeros.
Este processo consiste em 4 etapas:
1. Selecção dos diferentes tipos de Vidro;
2. Trituração
3. Descontaminação/Lavagem
4. Fundição em fornos













A História do Vidro




A história da descoberta do vidro é bem antiga, e os primeiros registros datam de 5000 a.C.; quando mercadores fenícios descobriram acidentalmente o novo material ao fazerem uma fogueira - na beira da praia - sobre a qual apoiaram blocos de nitrato de sódio ( que serviam para segurar suas panelas). O fogo, aliado à areia e a o nitrato de sódio, originou, pela primeira vez acredita-se, um líquido transparente, o vidro.
Posteriormente, 100 a.C., os romanos já produziam vidro por técnicas de sopro em moldes, para confeccionar suas "janelas". Em 300 d.C. o imperador Constantino passou a cobrar taxas e impostos aos vidreiros, tamanha a difusão e importância (lucratividade) do produto.
Entre 500 e 600 d.C., um novo método possibilitou a execução do vidro plano, por sopro de uma esfera e sua sucessiva ampliação por rotação em forno (até o século XIX, a maior parte da produção do vidro foi feita por este sistema).
Posteriormente, por volta de 1300, o vidro moldado à rolo foi introduzido em Veneza (técnica vinda do Oriente, através das Cruzadas). Assim a ilha de Murano notabilizou-se e especializou-se na produção artística do vidro, tendo aparecido nesta época o cristal.
Ainda nesta data, descobre-se um novo processo: por sopro de cilindros (que foi revolucionária para a produção de vidros planos). Por ação simultânea de sopro e força centrípeta, originária da movimentação do cano, obtinha-se um cilindro (50 cm de diâmetro por até três metros de comprimento); que depois era colocado em um forno ("estendeira") e deixado para estender.
Da Idade Média em diante, a fabricação do vidro tem sido um assunto de peritos guardado com ciúmes contra restrições familiares e espionagem industrial. A introdução de técnicas francesas na Inglaterra, nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, foi feita somente com grande dificuldade. A introdução do vidro "crown" trefilado foi realizada por volta de 1680 por John Bowles com suborno e roubo da França e a British Cast Plate Glass Company, estabelecida em Ravenhead St. Helensm em 1773, perto das jazidas de areia de Cheshire, dependia da habilidade importada da França. A primazia inicial da França foi exemplificada pela Compagnie de St. Gobain, instalada há cerca de 300 anos, para envidraçar o Palácio de Versalhes.
A associação de Robert Lucas Chance com Georges Bontemps da França era necessária para que Bontemps persuadisse artesãos franceses relutantes a divulgar seu conhecimento da fabricação com cilindro soprado em 1832. Sem esse conhecimento, o contrato para o Palácio de Cristal e, talvez, mesmo a direção da tecnologia podiam ter seguido outros caminhos.
A concorrência para o desenho e construção do Palácio de Cristal em 1850 teve Chance concorrendo com Paxton pelo uso da folha soprada; Horeau com um fornecedor francês e James Hartley de Sunderland concorrendo com chapa moldada a um preço só ligeiramente mais alto do que a folha de Chance. Apesar da dimensão do contrato (aproximadamente 100.000 m2 de vidro), os concorrentes eram firmas pequenas e ofereciam diferentes produtos.
A indústria de vidro, como sabemos, baseada na produção em massa e mercados nacionais e internacionais, nasceu da Revolução Industrial, em particular na indústria automotiva do século XX, e também da invenção de dois métodos chave de produção - o processo da folha estirada e o de flutuação (float).
Durante a segunda metade do século XIX, muito esforço foi feito para produzir folhas de vidro por estiramento. William Clark tentara fabricar folhas estiradas em St. Helens em 1857, mas os problemas de "acinturamento" só foram resolvidos por Fourcault em 1904, na Bélgica.
Lá pela virada do século XX, três poderosos centros de produção do vidro emergiram e permaneceram os mais importantes centros a leste do Atlântico. A França, berço de muitas técnicas originais, a Inglaterra, berço da Revolução Industrial, e a Bélgica, o berço de Fourcault.
Embora a moderna fabricação de vidro seja uma criação européia, uma indústria americana emergiu logo. Ao mesmo tempo, enquanto Fourcault aperfeiçoava seu processo, um avanço paralelo acontecia do outro lado do oceano com o processo Colburn ou Libbey Owens, que representava um refinamento técnico do que Fourcult havia criado. A Pittsbourgh Plate Glass Company dele derivou um processo de estiramento ainda melhor e veio a ser mais um produtor importante. No começo da década de 20, a demanda da indústria automotiva levou a Ford Motor Company a criar um processo que colocava a produção em massa em novas bases, com um aperfeiçoado produto prensado que, mais tarde, expandiu a indústria americana.
A indústria do Reino Unido consolidou-se quando a Pilkington Borthers, fundada em 1826, assim como a St. Helens Crown Glass Company, tentou alguns experimentos em 1923, relacionados ao uso do processo Ford para fazer folhas maiores. Por volta de 1938, Pilkington criou uma máquina contínua de prensagem com cilindros, desgaste e polimento, operando comercialmente.
Por volta de 1940, a estrutura da indústria primária do vidro no mundo ocidental estava estabelecida com quatro nações envolvidas, cada uma dominada por um pequeno número de fabricantes principais, todos relacionados e separados por uma rede de patentes e interdependências.

O processo de flutuação (o vidro float)
Em 1952, foi revelada uma invenção que mudou tudo. Fazendo flutuar vidro derretido em estanho também derretido, Pilkington conseguiu produzir vidro quase tão plano quanto suas placas prensadas e polidas, a uma espessura econômica e em grandes quantidades, através de um processo contínuo. Por volta de 1955, tinham uma unidade de produtos em grande escala na St. Helens, produzindo vidro de aproximadamente 2,5 m de largura.
Essa única invenção revolucionou e petrificou a indústria. A invenção de um processo que podia produzir folhas delgadas, sem irregularidades na superfície, e ainda, chapas mais grossas com melhor acabamento do que o produto desgastado e polido colocou a Pilkington Brothers numa posição de preeminência técnica e por meio de patentes e licenças puderam ditar termos para a indústria.

Competição e Integração
Nos anos 80, Pilkington comprou a Libbey Owens Ford (LOF) nos EUA e também o controle do ramo alemão da French BSN Gervais-Danone, a companhia Flachglas. A BSN abandonou a fabricação de vidro em 1979 mas suas instalações foram logo adquiridas, não somente pela Pilkington, mas pela Japonesa Asahi na Bélgica e Holanda e pela PPG na própria França. A Asahi, que domina 50% do mercado japonês, também comprou Glaverbel na Bélgica. A Guardian Industries, nos EUA, desafiou as outras em 1971 com uma instalação para flutuação. Cresceu até se tornar uma das maiores indústrias americanas, instalando a Luxguard em Luxemburgo, além de ajudar na instalação de uma fábrica no Leste Europeu.
Mudanças comerciais no fim dos anos 80 complicaram mais adiante a interpenetração das indústrias primárias nos EUA, Europa e Japão. A Pilkington Glass no Reino Unido, a PPG nos EUA, a St. Gobain na França e a Asahi no Japão fazem parte de uma super aliança de produtores mundiais, com grandes, complexas e quase sempre particularmente não divulgadas holdings.
Embora as cifras não estivessem à disposição em relação ao mercado específico da construção, estavam-no em relação à indústria automotiva. E a queda do mercado reflete o poder da indústria automotiva japonesa e a sólida base de suprimento naquele país, concentrada nas mãos de dois principais fornecedores.
Qualquer representação simples do âmbito ou participação no mercado dá uma visão distorcida do domínio comercial. Em 1989, assistiu-se à venda para a Nippon de 10% da LOF nos EUA, por parte da Pilkington. O fato colocou a companhia "americana" (compartilhada pelas companhias do Reino Unido e do Japão) em uma importante posição no mercado de automóveis, capaz de fabricar vidro com os custos comparativamente baratos da produção americana, para venda ao mercado japonês tradicionalmente chauvinista. Uma tal alteração proporcionou enormes benefícios potenciais à Pilkington como dona de 80%, e esse é apenas um exemplo de uma mudança característica na indústria no fim dos anos 80, tão importantes para a divulgação da tecnologia.
Em 1955, a Pilkington e a PPG acertaram suas diferenças e abandonaram todos os litígios, trazendo uma nova tranqüilidade para a indústria internacional ao redor do mundo.
Por não resistir à crescente internacionalização da indústria, o efeito da produção de vidro por flutuação por um único processo foi de concentrar a maior parte dos esforços de fabricação, marketing e pesquisa das indústrias primárias na produção do vidro de 4mm e 6 mm por flutuação, marginalmente mais barato e/ou melhor do que o dos concorrentes. A concorrência é muito severa e uma olhada nos caminhões estacionados nos pátios dos processadores secundários é um sinal da difusão do mercado e da vontade dos consumidores de usá-lo.
O alto custo do capital de instalações de flutuação e critérios técnicos impõem a necessidade de operá-las sem interrupções e trás um único senão para os fabricantes. Suas exigências de produção são relativamente inflexíveis, sujeitas ao desenvolvimento de instalações a curto prazo, mas ainda se beneficiam de uma invenção, com aproximadamente quarenta anos, que revolucionou a fabricação do vidro e nos deu um produto quase perfeito.
O potencial de diversificação, mesmo na indústria primária, é muito grande. Grandes diferenças de desempenho e aparência resultam de minúsculas variações na química e no tratamento e, dados os avanços técnicos dos últimos 20 anos, é de se esperar que os designers e o mercado sejam presenteados com uma rica gama de materiais, uma vez que a indústria parte para explorar sua inventividade. A literatura dos fabricantes nos dá a impressão de que de fato é assim e os produtores contribuem com muitos produtos úteis. Entretanto, em uma industria dominada por um só processo, o incentivo para expandir a série do produto primário é pequeno.
Embora as considerações sobre a indústria do vidro se façam principalmente em torno da indústria primária, a atividade contém alguns setores essenciais e importantes, que juntos estão estimulando a mudança do quadro: a indústria secundária e a instalação.